Hoje tá fazendo um ano que morri do coração
Não teve quem me salvasse
Foi tiro e queda no chão
Pesado fiquei três dias
Sete dias de galpão
Um ano batendo asas
Enraizado no chão
Andei respirando a chuva
Roendo meus pensamentos
Na ferida da palavra
Botei remédio de ventos
Hoje tá fazendo um ano que padeço desse jeito
Pela pedra da palavra e de pedrada sou feito
Não quero cantar o tiro da palavra de matar
Já que a palavra é uma pedra
Beijo a pedra ao atirar
Para mim nunca existiu a dita palavra não
Toda vez que ela me atira eu morro do coração
Se eu virasse uma rocha não viveria de dor
Atire a primeira pedra quem nunca morreu de amor