Há duas léguas e pico o coração já golpeia
E a Lua branca clareia as marcas que eu fiz na estrada
Muito antes da alvorada um pensamento amanhece
Que a alma não envelhece quando volto a ser quem era
O dia ruma pra aurora e o tempo me vem do avesso
Pra chegar até o começo uma légua ainda me falta
Naquela coxilha alta vejo no velho endereço
A prenda que eu tinha apreço foi viver nas quimeras
Até parece que vejo por sobre os rubros telhados
O retrato amarelado da querencia que eu deixei
E no meu peito plantei junto a flor da mocidade
Nas casas da minha cidade na minha infância de capim
Uma neblina nos olhos, veste de água à vista
Borrando a tela do artista que me carrega ao passado
As quinchas sobre o telhado que eu vejo lá da Coqueiro
Mostram meu pago inteiro emoldurado pra mim
Quando ânsia espicha o laço, a vida dá cara volta
Até meu cusco da escolta parece andar ao meu lado
Como se houvesse parado o tempo e suas consequências
Pr'eu voltar pra querência e refazer minha história
A vida as vezes nos prende e é preciso pular muros
Quando fugi do futuro passado se fez presente
Pra cantar o que se sente só mesmo voltando ao pago
Tô chegando a trote largo assoviando minhas memórias
Até parece que vejo por sobre os rubros telhados
O retrato amarelado da querencia que eu deixei
E no meu peito plantei junto a flor da mocidade
Nas casas da minha cidade na minha infância de capim
Uma neblina nos olhos, veste de água à vista
Borrando a tela do artista que me carrega ao passado
As quinchas sobre o telhado que eu vejo lá da Coqueiro
Mostram meu pago inteiro emoldurado pra mim
Quando ânsia espicha o laço, a vida dá cara volta
Até meu cusco da escolta parece andar ao meu lado
Como se houvesse parado o tempo e suas consequências
Pr'eu voltar pra querência e refazer minha história
A vida as vezes nos prende e é preciso pular muros
Quando fugi do futuro passado se fez presente
Pra cantar o que se sente só mesmo voltando ao pago
Tô chegando a trote largo assoviando minhas memórias