Era uma tarde qualquer, volta pras casas da lida
Ia um gateado e um tordilho cruzando a várzea estendida
Ia um índio no gateado, no tordilho outro campeiro
Um de pala a meia espalda outro de lenço e sombreiro
Se largaram em paleteio, que um olhar firma carreira
Desde as duas corticeiras até o cruzar da porteira
É a rédea frouxa na mão contra uma espora segura
Quem sabe é por patacoada, por honra ou por rapadura
[ Só sei que bem pareciam dois tauras em disparada
Uma carga de combate, mas era só carreirada
Hace tiempos no se via uma carreira tão parelha
Era focinho a focinho, era orelha com orelha ]
A várzea ficou pequena pra mostrar como se faz
Uma carreira de campo saltando barro pra trás
O gateado mais ligeiro que um tirombaço de bala
Cruzou o vão da porteira com o índio abanando o pala
O tordilho outro balaço, cruzou ligeiro num facho
Chapéu quebrado na aba mas firme no barbicacho
Quem perdeu e quem ganhou, cruzaram assim num repente
Um diz que chegou primeiro o outro que ia na frente
[] []