A fé que banha o meu sertão
Veio desaguar na avenida
Canta apoteose pela preservação
Do Velho Chico a esperança da vida
Gigante pela própria natureza
Fonte de vida e riqueza
Os índios o chamavam de Opara
O olhar da cobiça singrou o El Dourado
Fez o nativo chorar
Rituais, miscigenação
A cobra grande espantando a ambição
Céu enluarado, vapor encantado
Mistério e assombração
Vai ribeirinho emoldurando sua arte
Rica paisagem que seduz o meu olhar
A renda é a força e a garra dessa gente
Que segue em frente e não cansa de lutar
Do barro a arte eu vejo surgir
Em formas a vida eu posso esculpir
Segue em procissão o meu cortejo
No maracatu a devoção
Acendendo a fogueira vou festejar é São João
Corre água pelo rio
Corre um rio em meu olhar
Semeando a esperança
Um futuro a cultivar
E o amanhã, eternidade
Trazendo a felicidade