Sou eu
O assombro reticente e alma incandescente
Sou os olhos que tudo vê!
Nas lentes enxergo o mundo enquadrado
Um segundo eternizado
Eu, Sebastião Salgado
Nasci no campo, lá pras bandas de aimorés
Me banhei num doce rio dos meninos jacarés
Em vitória vi meu sonho florescer
Subversivo aos olhos de quem nada vê
Um grande amor (ooh)
Me apresentou esse universo de magia
A fotografia
Emoldurei até o desconhecido!
Tanto sonho adormecido, tanta gente esquecida
Em minhas mãos o mundo em contraste
Mas me encontrastes pelos mundos dessa vida
Sou o ouro do garimpo, dos nativos arco e flecha
Sou a África retinta, o grito da floresta!
Iluminada é minha trajetória
Consagrada por cada memória
Na terra mantenho as raízes
Que tem cicatrizes e insiste em brotar!
Seja bem-vindo ao meu mundo preto e branco
Captado pelo azul do meu olhar
Abre a janela, amor!
A Boa Vista chegou!
Nos olhos da águia altaneira
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