Eu sou o samba de verdade e pé no chão
Minha tribo é resistência e tradição
Antes de falar por aí que é o maior
Pede a bênção na aldeia do Mocotó
Recomendo juízo pra desafiar
Eu trago a força dos ancestrais
O meu povo tem o dom de renascer
E não se curvar jamais
Em meio ao esplendor da floresta
Emergiu das águas, sobrenatural
Origem dos filhos do Uaupés
Entre cascatas e igarapés
Do amor... da bela índia e a serpente
Paixão proibida e envolvente
Nasceu um mito, meio cobra, meio gente
Um mistério na mata eu vi
Unurato se transformar
A maldade do branco ferir
E foi-se embora pra um dia voltar
Por esse tal Brasil
Selvas de pedra tão gigantes ele viu
Fantasiado em diamantes reluziu
O meu delírio tropical
E então na alvorada onde um cacique manda
Ergueu taba concreta e insana,
Uma nova capital
Bateram no seu peito a saudade e a missão
De construir nas profundezas outra civilização
Índio vai voltar pra sua terra
Índio traz a paz no seu canto de guerra