Firma no batuquegê, camará
Ê camará, ê camará!
Carrego na alma a coragem pra lutar
É Obará quem conduz o meu destino
Caminho consagrado no ifá
Sou filho da noite, Odé Odé
Fiel soldado, corpo fechado
Um dia, fiz revolução
Batalhei por igualdade no horizonte da nação
Sonhos sufocados na prece que ascendeu
O milagre renegado quando a corda se rompeu
Ê onilê ô, onilê êô
Liberdade!
No rosário de mãe preta, toda fé resistirá
Cada conta do meu terço é a luz de um orixá
Salve a capela! Salve a capela!
Onde a reza é sincera e a fé não tem prisão
Saravá, saravá!
Salve a santa capela
E as almas da kalunga
Que protegem esse chão
Na luta apagada pela história
Resisto e sobrevivo na memória!
Um grito oprimido
Que a branca consciência excluiu
Retinto é o sangue do Brasil
Vai ter missa no terreiro
Ladainha pra saudar
Santo negro no ilê
Santo negro no altar!