Almas cabanas navegantes
Transidas de dor
Petrificadas no convés
Como se fosse um andor
(Hor-ror, hor-ror)
Na boca do traíra, igarapé
O veleiro evoluía de través
Sob a cortina de neblina
Cardumes de poraquês
O olhar da boiúna no convés
Águas de gênesis, portal
Que o fogo-fátuo abriu
Um facho de luz
Porongando o uaicurapá
Itaracuera
No espelho de águas
Guiado por luzeiros
O brigue resvalava
Mansamente o veleiro
(O veleiro, o veleiro)
Almas cabanas navegantes
(Almas cabanas navegantes)
Transidas de dor
Petrificadas no convés
Como se fosse um andor
(Almas cabanas navegantes)
Transidas de dor
Petrificadas no convés
Como se fosse um andor
Cercanias do mosteiro
Bate o sino abandonado
Luzes plangentes
Alumbravam o diligente
Em presiganga transformado
Navegando em calmaria
Nenhum banzeiro fazia
Do mundo invisível fez visível
Aos olhos de quem veio assustar
(Almas cabanas navegantes)
Almas cabanas navegantes
(Transidas de dor)
Petrificadas no convés
Como se fosse um andor
Almas cabanas navegantes
(Almas cabanas navegantes)
Transidas de dor
(Almas cabanas navegantes)
Petrificadas no convés
Como se fosse
Um canto sombrio de horror
Um canto sombrio de horror
Um canto sombrio de horror
Um canto sombrio
Um canto sombrio de horror