No banco branco de quartzo
Frio, fumará adornar
Vazio, escuro, caos
No cosmo nada e trevas
O fumo, o ipadú
Silêncio romperá
Yebá, na força do pensar
O mundo a levitar
Yebá, do pó vai florescer
Tudo criará!
Na poeira o barro primitivo
Turbilhão de luz a eclodir
Os planetas, sol e lua
Vão nascer
As malocas brotam no infinito
Energia dos sábios trovões
Emekosurãpanami, surãpanamí
E o fogo ardente a queimar
Água formou rio-mar
Raios trovejam na criação
O ar soprou ventania
Terra brotou harmonia
Geleiras, montanhas, cristais
No alto do universo profundo emekosurãpanami
Descerá montado na igara-serpente
E as riquezas semeará
Cetro antigo levantará
Sobre a terra ordenará
Levantem povo dessana de yebá
O tambor a tocar, a sonância terá
No cantar da esperança que nos guiará
Vem do mito da vida, da gênese ao fim
Vó do mundo yebá
Seja luz pra dançar, renascer, iluminar
Caprichoso é virtude a predominar
Vem da crença para celebrar
Festa de cores na floresta
O canto voa
Voa, voa, voa, voa