Há um gemido que ronda a fronteira da vida
Mutilando a ferida aberta de um ser
Desprezando a vivência do povo da mata
A memória sagrada, que somente Hekura
Nos sonhos consegue entender
Traz no bojo a ganancia, destilando mercúrio
Afogando a nação Ianomâmi na febre terçã
O ouro desperta a fúria de Sanumã
Estrondando os ventos revoltos no eco
Labaredas de fogo cintilam no espaço
Criatura das águas, emergem, explodem
O medo em cascata, sedentas na peleja do ar
Ianomâmis, evocam Hekuras
Ianomâmis, suplicam pro céu
Pro céu não desabar sobre a face da terra
Quando a noite eterna silenciar, o último pajé
O último pajé Aiuateri
O último pajé Cuatatere
O último pajé