Nheenga Mupirãtã-pawa
Somos a voz da resistência
Surara-itá Tapajowara
Somos Suraras do Tapajós
Das terras somos guerreiras
Dos rios somos guardiãs
Das terras somos guerreiras
Dos rios somos guardiãs
Pintura escudo da alma
Na pele de uma cunhã
Sou guerreira Surara
Eu sou, eu sou
Não venha mexer comigo
Que é forte o meu tambor
Não venha mexer comigo
Que é forte o meu tambor
Nas matas e beiradões
Transfiguradas tradições
Matriarcas da floresta
Da várzea ou dos centrões
Das calhas da Amazônia
Caboclas de pés no chão
Forjada de muita luta
Na terra ou com remo na mão
(Lê, lê, lê, lê, lê, lê, lê)
Nas margens dos rios
No meio da mata
Numa casinha de palha
Raízes da terra
Sangue Icamiaba
Yabás da Amazônia negra
Identidade do povo do norte
Suraras criadas na beira
Sustentáculo da floresta
E quem são elas?
São as caboclas!
São as caboclas!
Herdeiras da grande mãe-terra
Pescadoras, piaçaveiras
(Suraras também)
No plantio da macaxeira
(Suraras também)
Na ilharga do jirau
Ticando um peixe
(Suraras também)
Paneiro pesado nas costas
Pra farinha
(Suraras também)
Erveiras e benzedeiras
(Suraras também)
Ceramistas paneleiras
(Suraras também)
Mães caboclas, mãos guerreiras
Suraras!
(Suraras também)
Brado revolucionário
Na festa do boi
Tem Suraras também
Mulher que não perde a fé
No sol ou na chuva
Não desiste de lutar
Que verga mais fica de pé
São proas do próprio caminho
Nem banzeiro, nem redemoinho
As impede de chegar
Suraras (hey, hey)
Suraras
Mulheres caboclas ribeirinhas
Valentes guerreiras da beira do rio
Suraras (hey, hey)
Suraras
Carrega em seu ventre
O dom da vida
Orgulho do povo Amazônida