Paikicé!
Paikicé! Força!
Paikicé! Força!
Paikicé! Guerra!
Vem por terra
Treme a terra
Sangra a terra
Queima, a terra
Fala a guerra
Chora, a guerra
Mata a guerra
Vinga a guerra
A fome é guerra
A sede é guerra
Pariuá, Pariuá
Índio guerreado
Índio machucado
índio ensanguentado
Corpo separado
Crânio emplumado
Olhos costurados
Boca costurada
Cabeça do índio inimigo mumificada
Flecha que atravessa
Osso, ponta e pedra
Palha, galho e tronco
Escudo, casco de ubá
A desafiar
Pólvora e ferro
Magia negra é teu império
Quem duvidará? Duvidará?
És Munduruku
Do relato dos escritores
Da loucura dos navegadores
A própria guerra
Índio!
Todo pintado de azul
Pele da noite, tenebroso índio Munduruku
Ergue a lança, o sangue derrama
Escorre do crânio
Na ponta, faca de bambu
Azulado tatuado paikicé e grita hei
Azulado tatuado paikicé e grita hei
Azulado tatuado filho de Sacaibê