As nuvens negras de outrora cobrem a noite
A lua adormeceu
Os bichos noturnos acuados ficaram
Em tocas calaram
Por um silêncio que transpira o medo
No rebojo sombrio dos aningais
Rompendo canaranas
Nas águas escuras
Enigmáticos olhos devoradores de encantos
Da fera que virá
Emerge com fúria a fera das águas
Estrondando, assombrando os igapós
Soberana
Esturros na noite estremecem as águas
Quimera que avança com voracidade
Pesadelo caboclo
No corpo escamas de sucuriju
Negra sorrateira como o breu da noite
Filhas de arraia, jacarés
Cria de botos, poraquÊs
Vaga no lodo das águas da escuridão
(bis)
Na fúria das águas a fera dos aningais
Tapiraiauara, tapiraiauara, tapiraiauara