A sacada de um sobrado
De fachada colorida
Foi um palco encantado
Em mais um drama da vida
Numa cidade pequena
Quase que desconhecida
Foi onde a primeira cena
Da peça foi exibida
E até o primeiro ato
Ahistória foi de fato
Realmente dolorida
De manhã logo cedinho
Assim que o sol nascia
Um rosto lindo e sorrindo
Na janela aparecia
Era a moça mais bonita
Que na cidade existia
Mas a sua vida aflita
Era uma agonia
Um encanto de menina
Que cumpria a triste sina
Por sofrer paralisia
Certo dia um viajante
Por acaso ali passou
Moço muito elegante
Diante da casa parou
Embora meio indeciso
Da moça se aproximou
E numa troca de sorriso
O namoro começou
O rapaz era pacato
Mas sensato em seus atos
Seu papel desempenhou
Debruçada na janela
Ela disse ao rapaz
Todo sofrimento dela
Em alguns anos atrás
Ele com toda cautela
Falou dos seus ideais
Com o consentimento dela
Foi falar com os seus pais
Oh! meu Deus quanta beleza
Na modesta natureza
Talvez não exista mais
Quase um ano foi passado
Em convívio conjugal
Um filhinho esperado
Era um grande ideal
Por maior felicidade
De todos e do casal
A cena da maternidade
Teve um feliz final
No quarto dia do parto
A moça saiu do quarto
Caminhando natural
Que cena maravilhosa
A mãe toda amorosa
E o pai muito carinhoso
A criancinha mamando
É um ato demonstrando
Quanto Deus é poderoso