O moço Zequinha
Amava a priminha com toda a afeição
Leonor também tinha
O primo Zequinha em seu coração
Mas seus pais souberam
E já desfizeram seus sonhos em flor
Tristonhos choraram
E os dois se apartaram morrendo de amor
Foi passando o tempo
Até que uma noite de lindo luar
Leonor despertando
Ouviu soluçando seu primo a chamar
Correu até a rua
E no claro da lua com espanto encontrou
Seu primo morrendo
E nos lábios o veneno que ele tomou
Leonor comovida
Seu corpo sem vida chorando abraçou
E vendo seus gritos
No azul do infinito até a lua chorou
E vendo o veneno
Nos lábios correndo beijou pra morrer
A morte quiseram
Por que não puderam ausente viver
Quando os pais chegavam
A lua prateava dois corpos no chão
Morreram abraçados
Com os lábios colados na eterna união
E a luz matutina
Mandou a neblina cobrir com seu véu
Dois corpos que a sorte
Com o beijo da morte subiram pro céu
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)