Pedro Bento e Zé da Estrada
Boiada, triste boiada na estrada cheia de pó
Boiada, o meu coração, também caminha tão só
Levando junto a saudade velha esperança guardada
Vai carregando a tristeza à passo lento na estrada.
Saí de casa menino, deixei chorando meus pais
Cresci no mundo sozinho e não voltei nunca mais
A irmã deve estar casada, a mãe que nunca me esquece
Meu pai de certo está velho, o irmão já nem me conhece.
A lua beija meu rosto, sereno me faz um carinho
O vento faz serenata, a onde durmo sozinho
As estrelas são meus guardas, posso dormir sossegado
E quando eles vão embora o sol vem juntar meu gado.
Muitas vezes na despedida eu tenho que disfarçar
Quando uma lágrima rola, caindo em meu olhar
A poeira levantando no céu formando um letreiro
Se espalha em letras de pó, lembrança de boiadeiro.