Todo carreiro é um herói da minha infância
E um berrante me fazia arrepiar
Ainda me lembro que meu sonho de criança
Era um dia fazer meu carro cantar
E hoje em dia o candeeiro já não grita
E um som de toca fita imita o berro de um boi
Na moda triste que o caipira apresenta
Minha saudade aumenta desse tempo que já foi.
Cadê o carreiro, meu herói da mocidade
Cadê o canto da saudade que saia de um cocão;
E o boiadeiro na laçada do novilho
Sinto pena que meu filho não conheceu o sertão
Saudade vem na poeira
Essa lembrança me encobre o coração
A minha vida inteira
Guardo lembranças dos heróis do meu sertão
Todo carreiro é um herói da minha infância
E um berrante me fazia arrepiar
Ainda me lembro que meu sonho de criança
Era um dia fazer meu carro cantar
Naquela estrada hoje passa um ter de ferro
Só que eu escuto o berro de um boi lá no vagão
Até parece que ele também tem saudade
Da aventura de verdade rasgando estrada de chão.
Não tenho medo quando meu corpo arrepia
Ao ouvir a luz do dia o comando de um carreiro
É meu desejo escutar este lamento
A saudade vem de dentro, coração é o candeeiro.
Saudade vem na poeira
Essa lembrança me encobre o coração
A minha vida inteira
Guardo lembranças dos heróis do meu sertão