Você está vendo lá na beira da estrada
Uma tapera e uma roseira toda coberta de flor
Nunca me esqueço quatro anos que já fez
Foi num domingo de mês que essa história se passou
E ali morava o caboclo Zé Claudino
Mas o malvado destino castigou o pobre rapaz
Numa trovoada deu um raio no ranchinho
A muié e seu filhinho Deus levou pra nunca mais
As quatro horas os dois caixões foram saindo
Devagar foram sumindo na curva do cafezal
E Zé Claudino soluçava na janela
Enquanto o sino da capela não cessava de tocar
E a taperinha lá da beira da estrada
Hoje vive abandonada já não tem mais morador
Essa casinha tão humilde e tão modesta
Já foi um ninho de festa, hoje é um recanto de dor
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)