Há muitos anos você via na estrada
Sempre passava a boiada que vinha lá no sertão
Ia na frente o berrante e o ponteiro
Vinha atrás do boiadeiro em cima do alazão
E hoje vejam o progresso a onde foi
O boi puxava o carro e hoje o carro puxa o boi.
Estrada velha hoje vive abandonada
Não se vê uma boiada, nem grito de boiadeiro;
Hoje a boiada não precisa de berrante
Ela chega num instante num caminhão boiadeiro.
E o meu pai já trabalhou de carreiro
Hoje ele está velhinho não pode mais trabalhar
Faz muito tempo, já foram muitos janeiros,
Conta a vida de carreiro e já se põe a chorar.
Naquele tempo não existia o caminhão
Com o boi arava a terra pra fazer a plantação
E o carreiro trabalhava todo dia
Ele tinha os bois de guia e arrastava o carretão.