Como sabe bem a ternura,
dum conforto em teu peito.
Depois da labuta mais dura,
um só beijo serve de cura,
de cada mal que foi feito.
Somos nós dois, apenas,
à noite aconchegados.
Tudo o mais são pequenas
nuances de vidas plenas,
cheias de sonhos quebrados.
Quando te vejo dormir,
assoberbo de paixão.
Como é belo o teu sorrir,
lembra um pincel a colorir,
o que transborda do coração.
Cada vez que te abraço,
fico mais agradecido.
Lembro-me de cada pedaço,
de vida no teu regaço,
em que o tudo foi esquecido.
Amanhã quando acordarmos,
desta dura realidade.
Que seja por nos amarmos,
mesmo quando nos afastarmos,
em busca da felicidade.
(João Morgado)