Com as lágrimas em que me diluo
misturo o cimento dos meus dias
e sai concreto de poesias
em cada muro de revolta que construo.
Sei lá se é casa, se castelo se templo.
Há dias de limpa perspectiva
outros, apenas lavo a carne viva,
numa inconstância que não sirva de exemplo.
Tantas pedras amontoadas
entre os taipais da cofragem,
sem a argamassa da coragem.
Tantas poesias de compreensões desarrumadas.
Como pode um Deus habitar este igreja?
Que Rei povoaria este castelo? Quem o deseja?