Somente Deus tem a dimensão exacta
do vazio que existe dentro de nós.
Tão rendido quanto eu tente eu não entendo.
E quando for deixado inerte ali,
naquele chão suave dos corações que já não sofrem?
O que eu digo não detém mais que amargura,
Na menina dos meus olhos, no meu sorriso,
Há apenas ternura e aceitação.
Num impulso entendo que é assim que nascem as estrelas.
E assim, eu agradeço por poder seguir o teu brilho?
lembrar-me que fui eu quem te acendeu?
Sustentas-te chama, de minhas lágrimas
E das lágrimas dos que te amam.
Ontem, eu não tinha este ar nublado,
das lágrimas penetrantes.
Estes olhos, que já foram brilhantes,
humedecem agora num reflexo angustiado.
Eu não experimentava então esta impotência,
tão veemente, que conduz ao pranto,
nem este coração doía tanto.
Roubaram-me aos sonhos veemência.
Ai? como percebi esta alteração,
porque a mutação era brutal.
Como sentia o ferro do vil punhal,
que se me enterrava no coração.
Não é fácil olhar esta imagem fulgente,
os reflexos turvam a vista já frágil.
Fechando os olhos fica mais fácil,
amortece a intensidade do plangente!
Jamais irei ver imagem assim,
a prata o ouro ou o marfim.
encrostando doce gema?
como aquela!
Porquê este reflexo brutal,
que atordoa a mente visceral,
apertando-me ao peito o dilema,
porque fico eu e não ela?