Desejos confessos
(João Morgado)
Hoje, amargo a solidão
Sinto a falta dum afecto
Dum gesto de paixão
Do meu regalo predilecto
Preciso dum beijo roubado
Uma palavra de bem-querer
Num olhar apaixonado
Preciso de ouvir dizer “Amo-te”
Quero um sorriso autêntico
De uma amizade colorida
Sinto-me um egocêntrico
De desatino que derrama a vida
Sinto falta da cama amassada
Da felicidade que já senti
Dos sussurros ditos na madrugada.
Necessito de ser eu em ti
Sinto a falta de tantas coisas
Que nem sei como explicar
Das brincadeiras que tu ousas
Dos teus mimos, de namorar
Desejo uma quebra de rotina
Que esquente o destemor
Daquele teu toque menina
Sinto falta de amor.
Hoje, sinto falta do romance
Duma gentileza maliciosa
Quero os teus lábios ao alcance
Desta minha boca nervosa.
Falta-me tudo e nada
Quando te lembro em enlevo
Dos nossos corpos em alvorada
E de tantos beijos que te devo