Por minhas asas, choro o passado.
Parti uma rémige, num voo alienado.
E agora desmembrado,
procuro emenda para o que teria voado.
Pareces andar na mesma procura,
ou só tens uma asa, ou uma delas não te segura.
Toma a minha emprestada
e voa descansada.
Penso, como será doce ver voar um anjo,
eu fico em terra e cá me arranjo.
Fico sonhando, que voas por mim.
Que de vez em quando, pousas e me acaricias.
Sei que isso vai alegrar os meus dias.
Assim, sinto que valeu a pena mudar o meu fim.