Porque me olhas assim
Porque me olhas assim, de viés?...
Não vês que estou abafando?
Que já não posso mais não saber quem és
Esta dúvida que a vida me impoe será até quando?
Sinto que não sou tão forte assim!...
Que possa viver triste, ou tão só…
São muitos os anos em que carrego este fardo em mim
Esta insatisfação insuportável, mete dó
É um querer viver, amando com intensidade
Agora que penso ter encontrado parceria
Alguém que sente como eu esta verdade
Ser apaixonado do viver, e deste querer em que se alia
Tenho a paixão na alma me sorrindo
Vejo a vida em cores fortes
São sentimentos como vulcões se abrindo
Em lavas rubras, neste partilhar de puras sortes
Sinto como uma necessidade vital...
De vida, sonho, ou harmonia
Sem esquecer-me de que sou real!...
Não me olhes, como se eu fosse da vida a méstria
Sou apenas alguém, Talvez uma aberração!...
Que deseja sentir a vida correndo nas veias...
Sem reservas, a saborear com sofriguidao,
Porque me olhas assim?... Com todas essas “peias”
Se não podes entender-me, com facilidade
Deixa-me ao menos sonhar contigo
Com esses braços quentes, ou na felicidade
Que seria abraçares-me e adormeceres comigo
João Morgado