Procuro uma ternura inesperada
Que me aperte contra este peito que enfuno
Uma flor sedenta de orvalho na beira da estrada
Meu canto de manhãs de outono
Grito de alegria
Do corpo estendido no relvado
Só o azul é devassado pela ironia
Dum sonho de juventude estagnado
Procuro o fruto das nuvens de poesia
Chamo por ti, meu mono, meu fado
Minha simples filosofia
Qual pássaro, qual navio, qual estrada
Procuro-te nas ruas, na cama, em todo o lado
Quando se sonha a inspiração surge agitada!