Ninguém nos viu hoje à tarde de mão dada
Enquanto a melancolia me aniquilava
Olhava da janela quem passava
E revivia-te em cada um, com a alma apertada
A alegria dos outros no passeio, criava efusão
Tantos eram os sorrisos que me destroçaram
Que me ateavam um pedaço de ciúme na mão
Eis-me como um cachorro perdido que abandonaram!
Onde andavas então?
Entre que gente?
Porque vem até mim toda esta dor de repente?
Porquê esta solidão?
Nas vezes, quando pela tarde te afastas
Já não sou esse que tu conheces
Viro o ocaso correndo a apagar palavras
Meditando porque me esqueces
Imagina como me sinto hoje?
Que ideias me devoram?
É toda a felicidade que me foge
Angústias de sonhador que se choram!
João morgado