Há dois séculos à foz do Rio Grande,
O arraial que Lancastro fundou,
Foi crescendo... o progresso se expande,
Em Vila Florescente se tornou.
A Vila de São Francisco das Chagas,
Da Barra do Rio Grande do Sul,
A mais gentil das ribeirinhas plagas,
De princesa vestiu manto azul.
Salve terra de ilustres varões!
Vai avante na marcha em que estás,
À conquista de novos brasões,
Na ilustração, no trabalho e na paz.
Terra de ordem e de paz!
De índios mansos formando o arraial,
João Lancastro o futuro lhe aguarda,
Terra de ordem, de paz sem igual,
Sob o olhar do patrono que a guarda.
Pernambuco era então Capitania,
E alegrou-se com a vila recente
Que ao domínio passou da Bahia,
Prosseguindo em sua rota ascendente.
Da Serra da Canastra à Cachoeira,
De Paulo Afonso ouve-se um brado forte,
É a voz do São Francisco em sua carreira,
Chamando os filhos seus de sul a norte.
Agora novo século se anuncia,
Estejamos a postos na vanguarda,
Do progresso, barrenses, com ufania,
Sob o olhar do patrono que nos guarda.
Bendito seja, pois, o sol nascente,
Do novo centenário promissor,
Advento feliz à nossa gente,
Transfigurada na glória do Tabor.
Sobre louros passados, não é justo
Que fiques, ó Princesa, adormecida,
O Príncipe do Progresso, sem custo,
Vai despertá-la pra nova vida.