Em cada aresta de pedra
Uma epopeia ressoa
Na terra formosa e boa
Onde a grilheta não medra
A terra, que um cento de anos
Três vezes viu passar
Possui dos ouropretanos
Em cada peito um altar
A névoa que cobre a rocha
Do mais brando e puro véu
Quando a manhã desabrocha
É um beijo que vem do céu
Os fatos de Vila Rica
Lembram raças titãs
Cuja memória nos fica
Para os mais nobres afãs
Guarda o seio das montanhas
Os áureos filões mais ricos
Contempla os altos picos
Das laceradas entranhas
Protege, Deus, estes lares
Dos filhos dos bandeirantes
Por estas serras gigantes
São outros tantos altares