Sob esta nesga límpida do céu
Onde mais alto o sol parece ainda
De vasta zona, natural troféu
Sem a mais leve sombra de labéu
És a terra do amor, fecunda e linda
Criou-te Deus entre vigentes serras
Refúgio amigo, onde reside a paz
Deu-te os primores que em teu encerras
Buscando glórias por longínquas terras
Andam teus filhos, na conquista audaz
Para a riqueza de teus férteis vales
Rios perenes correm nos teus flancos
Mas se te chega da amargura o cálice
Anunciando o termos de teus males
Baforam as serras os nevoeiros brancos
Para que nunca, alheia mão te vença
Tensa a guardar-te o elo das montanhas
Cadeia enorme de muralha imensa
Onde teus filhos têm a mesma crença
Para expelir as pretensões estranhas
Rude teus filhos foram noutras eras
Mas cultivaram da altivez a flor
Venceram nos covis as próprias feras
E novos filhos de outras primaveras
Conservam na alma, este imortal valor
Seja-te avessa ou promissa à sorte
Nunca te deixes vacilar na fé
Faze mais firme esta união mais forte
Entre teus filhos para a vida e a morte
E dentre as lutas surgirás de pé