Sobre a gleba do Agreste eis, ufana,
Despertando ao fragor das pedreiras,
Em promessas viris e altaneiras
Quando em jorros de luz se inflama.
É Lajedo esculpida na penha
Sob o sol de escaldante verão
Cujos sons reboando nas brenhas
No risonho porvir se ouvirão.
Forte e brava escreveu tua gente
Com vigor e denodo esta história
De renúncia, conquista e de glória
Que nas lides do agora é presente.
É Lajedo de humildes obreiros
Que a vileza servil não corrói,
Povo probo de olhar sobranceiro,
De almas simples e fibras de herói.
Do progresso és visão de grandeza,
Do saber és gentil guardiã
Dando aos teus a mais pura certeza
De feliz, venturoso amanhã.
É Lajedo do livro e do malho,
Da escola que ilustra e seduz,
Do fecundo suor do trabalho
Transmudado em searas de luz!
Tens no céu que em ti se alcandora
Refulgente de graça o Cruzeiro...
E é nas asas do vento que aflora,
Como em prece, a canção dos coqueiros.
É Lajedo poesia na rocha!
É Lajedo cantata e louvor
Onde o lírio da paz desabrocha,
É Lajedo epopéia de amor!