Batucada no terreiro, ô, ô, ô
Tá no sangue, vem do gueto ô, ô, ô
É de arruda e guiné meu amuleto
A tom maior é coisa de preto
O mar me trouxe até aqui
Mas não vou me render a tua escravidão
Cansei de carregar café e algodão
Aqui o papo reto preste atenção
Fui eu quem ergueu o país
Com a bola nos pés, fiz o povo feliz
Soltei a voz, levei a lona o preconceito
Foi no talento e do meu jeito
Exaltando a raça, a minha cor
É luta de preto por direito
Quem me viu ralé, vai me ver doutor
O preto é poeta, compositor
Rompendo barreiras falando de amor
Baobá da literatura
Moldando a arte com a pele escura
A negritude é a minha atitude
Não dou a cara à tapa
Deixa quem quiser falar
A minha pele calejada não se ilude
Hoje sou realidade
Tô na moda e vou cantar
Em tom maior quero igualdade
O povo luta por dignidade
Meu maior orgulho é a minha cor, minha cor
Respeite quem pode chegar
Onde a gente chegou