Fumaça que chama
É chama vermelha
Falange na mata, é sombra, é centelha
Essa nação que traz o brilho no olhar
Vai fazer Sapucaí cantar: Sobô Nirê Mafá
Sou força da Jurema, na folha fiz altar
Na guerra visto pena, herdei missão no Catucá
E consagrado pelos encantados
Trilhei magia, coroado Reis
Não se arrisca, tenho alma arisca
Sou João Batista, tô virado em três
E lá na mata canta ai o que ele é
E lá na mata, canta ai o que ele é
Sou caboclo rebelado, flechada no que vier
Amolei corpo fechado, planto a cura do pajé
Corre triunfo, vento no catimbozeiro
Pro aflito, curandeiro
Pro inimigo, assustador
O meu cachimbo sopra miração no cheiro
Que o portão do cativeiro
Viu chave do protetor
Na encruza, trunqueiro é
Estrela pra alumiar
Sustento poder na fé
Caminho pra te encontrar
Resisto no meu quilombo
Onde curo a dor que dói
Tirano me quer perdido
E o povo me quer herói
Deixa arder canavial, deixa arder todo engenho
Gira no Maracatu
Se tem samba na curimba, tem repique com Ilú
Malunguinho firma ponto lá na Jurema
E pra quem tentar me derrubar, é problema
A coroa é de palha, o meu povo é juremeiro
Taca fogo nesse chão, a Viradouro é um terreiro