Eu vim na travessia das marés
Resistência é meu viés
Herança de ile Aiyê
Trago a liberdade em alforria
Africana dinastia pro meu mundo florescer
Forte feito um baobá
No quilombo Cabuçu, o meu congá!
A primeira campeã da passarela
Morada do povo preto, favela!
O meu canto é libertário
E encoraja corações
Quando entro na avenida
Dou voz às multidões
O meu dedo é na ferida
Um ato de manifesto
Corpo sempre em movimento
À procura de um progresso
Sou eu! O levante do gueto
Por um novo Soweto, é preciso se impor!
Sou eu! Negra poesia em ascensão
Meu samba é inspiração
Tenho força de leão, imponente e lutador
Garra de campeão, alma de vencedor
Cabuçu 80 anos de história
Quem nasce pra ser rei, não desiste da vitória!