O vento sopra a fumaça do terreiro
Sou derradeiro do quilombo catucá
Tenho a chave da senzala pro meu bantu libertar
Quebro correntes, casa grande se desfaz
Pela chama e os estalos vindos dos canaviais
O rebelado, mal assombro, forasteiro
Sou algoz da tirania
Extermino cativeiro
Já fui findado renasci nos encantados
Herdei nas matas a essência do pajé
Reis Malunguinho o caboclo coroado
Vim ao som dos maracás trazer luz pra sua fé
Acende a rama do cachimbo, ó juremeiro
Que eu assento na jurema, faz consulta ao curandeiro
Sou afamado o mestre nos rituais
Venho lá do catimbó para abrir novos portais
E nas encruzas rastro de redemoinho
O trunqueiro dos caminhos e mistérios desse chão
Oxê trançado sob o arco e a flecha
Eu também estou nas festas e searas da nação
Segue o cortejo nesse meu amor profundo
Me chamo João Batista
Mensageiro de três mundos
Hoje eu vou incorporar, no cantar da Viradouro
Taco fogo no Brasil, pra justiça do meu povo
Firma ponto na avenida, toca forte o alujá
A falange Niterói
É sobô nirê mafá!