Eu sou a voz da favela e ninguém vai calar
Sou a menina magrela da Vila Vintém
Na aquarela a cor subestimada
Vim do Planeta Fome, que é seu também!
Senti na carne a dureza dessa vida
Ganhei coragem pra lutar
De Àgua Santa, na infância
Que aflorou a rouquidão
O mundo me chama, Odara guerreira
A filha da estrela desse pavilhão
Se eu parar de cantar… Vou enlouquecer
A fé no orixá… Seguir o destino
Na batida do tambor ôôôô
Acalmou o coração
Eparrei Iansã, eparrei Oyá
Mãe me dê proteção
O palco é a razão do meu viver
Ganhei prêmios musicais
Eleita a cantora do milênio
Mulher negra brasileira
Das cinzas renasci
Malandro hoje é dia de emocionar
Na passarela sou a pioneira
Deixa o sentimento me levar
Digo não ao preconceito
Diferenças nunca mais
Vamos Brasil liberdade de expressão
Sou louca independente de paixão
O tom que a vida me der vou cantar
Abraço o agora, sou revolução
Salve a Mocidade, salve a Mocidade
Prazer, Elza Soares
Muito prazer, Deusa Soares