No peito, ardendo um clamor
Lembrança dos meus ancestrais
Às margens da sociedade
Em guerra lutando por paz
Na vida, na morte
Sem farda, sem medo e sem sorte
E vem do gueto nossos heróis, nossa voz
Joana, o dois de julho não se apagou
Em manifesto proclamamos Independência ao som do tambor
Salve o sangue derramado em Pirajá
O brado forte retumbante da Bahia
A fé emana em Tupã e Oxalá
O brasileiro enfrenta um dragão por dia
Chorando calado, olhando além
Eu sei essa causa é minha também
A voz das Marias você não ouviu
Acorda, Brasil!
Vim do seu ventre mãe, que nunca me embalou
Trouxe a verdade que ninguém contou
Mas o meu nome é esperança
Sei quem espera não alcança
Sou da baixada, fiel na batalha
Sinto na pele, aprendi com a dor
O azul e branco revela quem eu sou
O auá de anamajé, mais um filho de ogum
Ajabô de elegbá, protegido de olorum
Com a lança do caboclo e o machado de xangô
Liberdade beija-flor