Xetruá! Maromba xeto!
O canto do caboclo a ecoar
As dores de cabeça incomodavam
Foi levado ao velho jubiabá
Feiticeiro raspou a cabeça do moço
Lá na roça da gomeia que firmou seu candomblé
“Pedra preta” sai em busca do destino
Criou asas o menino motivado pela fé
Ao rio chega com os seus ensinamentos
Em Caxias sua história despontou
Entre caboclos e orixás que incorporava
Com a proteção de iansã e oxóssi caçador
Bailarino, foi malandro e vedete
Pai de santo respeitado, sim, senhor!
Fez “dessa terra” um quilombo de verdade
Que a rainha da inglaterra se encantou
Kaô, kaô! Atabaque e agogô
Firma o ponto no terreiro
Amalá para xangô
Ritual já começou
Festa para o justiceiro
Foi herói da liberdade… João!
Enfrentou a opressão… Com axé!
Com a licença do seu guia
Desfilou na avenida travestido de mulher
Assim surgiu um grito de pertencimento
A luta contra todo o preconceito
Fincando suas raizes nesse chão
A grande rio pede respeito
Somos todos iguais nesse Brasil-contradição
Negro é forte, negro é fé
Viva o povo de santo!
Salve o “rei do candomblé”!