Toca a sirene
O trem fantasma invade a pista
Nem imagino o que está vindo por aí
Hoje o destino tá nas mãos do maquinista
Quem embarcou, não tem mais tempo de fugir
Mãe baiana rezadeira já benzeu meu patuá
Fiz trabalho na curimba e promessa no altar
Tomei banho de sal grosso com arruda e guiné
Velas pro santo axé pra quem tem fé
Segue a viagem entre matas e florestas
Lobisomem em Lua cheia curupira na escuridão
Na aldeia o temido boitatá
E o saci travesso arrumando confusão
Já pedi, tô pedindo novamente
Sai de mim, sai pra lá, ninguém merece
Faço figa e vou rezando
Só que quanto mais eu rezo
Mais assombração me aparece
As águas provocando um calafrio
O canto da sereia quase me hipnotizou
Seres apavorantes, do rio-mar
Meia volta ao velho chico é melhor não arriscar
Nas redondezas, batucada no castelo
O vampiro sedutor comandando a Swingueira
Eu nunca vi alma penada
Fantasiada sambando dessa maneira
Memórias da infância
O bicho papão a velha cuca e o lobo mau
Na apoteose, o fim da linha
Dia das bruxas, ilusão de carnaval
Solta o bicho, se liberta
Bota o bicho pra correr
Vai à luta, vence o medo que está dentro de você
O amuleto dessa vida é alegria
Vem pra Vila, cantar e sambar, sorria