Um Rio Negro deságua no cais
Maré baixa é desengano
Africano seu destino
Pelas ondas da saudade
Marejou um oceano
Tambor quilombola: Resistência
Nos acordes da viola a essência
Um verso livre feito pensamento
Fez da luta monumento
Resiste na Pedra do Sal!
Ê baiana, quituteira
Ê baiana de Alafé
Ê baiana Faladeira
Favela: Minha casa, minha fé
Quando o morro descer pra contar sua história
Na Glória de relembrar os antigos carnavais
Da casa de Ciata a inspiração
A voz dos sambistas imortais
Encontra o largo e ecoa à beira do cais
Onde o sonho vira fantasia
O brilho que reflete a verdade
Sou eu: Herdeiro da liberdade!
Onde o Rio encontra o mar, pioneira
Raiz verdadeira: Vizinha!
Força ancestral: Da África ressoa
Meu samba resiste na Gamboa!