Dourado berço d’África
Rufam os tambores ancestrais
Densa bravura, minha armadura
De crenças e valores culturais
Forjados pela espada de Ogum
Senhor da guerra e paz
Mas não resistem a invasão
Imposta sob forte opressão
Trazidos, vendidos no Cais do Valongo
Para os barões do Vale do Café
Forçados ao trabalho, senzala, grilhões
Despidos da essência, se apegam na fé
Nas minas verdes do Brasil
Luxo banhando a crueldade
Um capataz não é capaz
De coibir o sonho da igualdade
“Morrer sim, entregar não! ”
Um grito ecoa de Mariana Crioula
Com Manoel Congo liderando a revolta
Insurreição!
Herança é o legado sem escravidão
Adeus tumbeiros, banzo e porões
Vem celebrar a liberdade
Com jongo, capoeira e tradições
E lutar por mais dignidade!
A voz que vem da “União”
É do Quilombo Jacarepaguá
A coroar seus heróis
Do Vale dos Cafezais
Cativeiro nunca mais!