Do seio de Mãe África até
As terras mais longínquas de além-mar
Chegando aqui no Vale do Café
Ao longe um triste choro a lamentar
No cativeiro de Xavier
Negra ferida aberta a sangrar (sangrar)
Invoco a força, do meu axé, axé!
Para o meu povo livre se tornar
Oh Mariana, seu destino é resistir
Manoel Congo tu é o rei deste quilombo
E nesta noite a tirania, vai ter fim
Pra reviver, Guiné, Matamba e Benim!
Tenho sangue negro forte, sou bravura!
Contra a força dos algozes, ergo o punho, vou à luta!
Sigo firme na batalha, exigindo vida justa
Morrer sim, se entregar nunca!
Com a cabeça erguida a caminhar
E o peito cheio de coragem
Um novo horizonte, se apresenta aos meus irmãos
Vou persistir, mantendo a fé, nesta viagem
Seguindo em frente, esquecendo das mazelas
Os Orixás a nortear esta jornada
Para lembrar que não existem mais prisões
E as correntes para sempre estão quebradas
Na eterna busca, por um amanhã melhor
Calando a voz, dos senhores tão perversos
Tem canto e dança, hoje tem coroação
Ritual, legado eterno
Na aldeia, União!
No batuque do tambor
Vou clamar por igualdade
Sou resistência, sou Herói da Liberdade
Um grito de rebeldia pelo céu vai ecoar
Tem nobreza no quilombo
De Jacarepaguá!