[Enredo: Viradouro de Alma Lavada]
Ora yê yê o Oxum! Seu dourado tem axé
Fiz o meu quilombo no Abaeté
Quem lava a alma desta gente veste ouro
É Viradouro! É Viradouro!
Levanta preta que o Sol tá na janela
Leva a gamela pro xaréu do pescador
A alforria se conquista com o ganho
E o balaio é do tamanho do suor do seu amor
Mainha, esses velhos areais
Onde nossos ancestrais
Sempre acordam a manhã
Pra luta
Sentem cheiro de angelim
E a doçura de quindim
Na bica de Itapuã
Camará ganhou a cidade
O erê herdou liberdade
Canto das Marias, baixa do dendê
Chama a freguesia pro batuquejê
São elas dos anjos e das marés
Caboclas do balangandã, ô iaiá
Ciranda de roda na beira do mar
Aguadeira que benze e vai pro terreiro sambar
Ganhadeira de fé!
É a voz da mulher
Xangô ilumina a caminhada
A falange está formada
Um coral cheio de amor
Kaô! O axé vem da Bahia
Esta negra cantoria
Que Maria ensinou
Oh mãe ensaboa
Mãe ensaboa pra depois quarar