Oh mãe! Princesa da Mina
Mahin menina da nação Nagô
Vestiu a herança da raça... O ferro e a mordaça
Chegando à Bahia nas mãos do opressor
Em sua essência, força e resistência
Regavam a semente que em mim germinou
Cresci um lutador, com meus irmãos de dor
Contra a injustiça e a escravidão
Tesouro da branca ambição
A história não se desfez, com o sangue dos Malês
Corre em minhas veias, a chama guerreira
Alma da negra mulher brasileira
A pele escura seduz o olhar
Por cobiça, riqueza e ganância
Não é castigo, será maldição?
Ser Negro como a terra desse chão
Canaviais... Cafezais
Trabalho, suor e sofrimento
Lamento... Quem nasce livre por direito
Ter que provar de qualquer jeito
Que era sem dono e sem senhor (Libertador)
Libertador foi o valor que me agregou saber
E assim
Fiz aflorar enfim, sorrisos num lindo jardim
Bode? Talvez... Nunca burguês
Contra o cruel, fiz meu papel
Mesmo em memória colhi o que mereci
Ecoa um clamor por igualdade
Salve o poeta da liberdade
Rompendo os grilhões de todo algoz
Hoje a Cubango canta por nós!
Vencendo os grilhões e todo algoz
É Luis Gama a nossa voz!