Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem do boulevard
O Breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem
Curupira sai pra lá
No clarão da Lua cheia
Margeando Rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d'água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave Maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha Vila da um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração me aparece