O meu samba é África
Fiel ritual, vai tocar os corações
Sou pele preta, sou raiz
Sou resistência Gaviões!
Orunmilá, quando desceu do Orum
Foi guiado por exu, pra cumprir sua missão
E no aye, semeando ensinamentos
A cada momento, mais um povo, outra lição
Viajando entre dois mundos contemplou
Valentia, integridade, viu valor
Preto e branco em equilíbrio
A mistura mais bonita que Olodumarê criou
Saluba, Nanã! Viva a natureza!
A força da mulher tem poder
Do ventre da terra brotam riquezas
Mas é preciso plantar pra colher
Rufa o tambor, batuqueiro
Pra saudar o rei de Oyó
Kaô Kabecilê, xangô!
É no toque do alujá que o batuque arrepia
Acende a chama soberana da justiça
Seguindo seu destino
Viu a dualidade dessa vida, bem e mal
Num povo banto, paciência
Caminhando ao norte, destacou a proteção
Na juventude, enxergou humildade
Na dor da escravidão, crueldade
Um brado de guerra calou o sofrimento
Liberdade anunciou o novo tempo
Coragem pra buscar independência
Cultura, identidade, eis a sua existência
Na profecia do mensageiro
Um lindo futuro virá
Pra sempre Odara e Alafia