Conta a lenda que veio de lá
Da mãe África, Ifón o reino sagrado
Onde oxalá foi coroado
Dobram-se os tambores ao cortejo
Marcas de efum, marfim e prata
Dono dos olhos que tudo vê, senhor da criação
Opaxorô erguido sobre as mãos
Traz sombra a multidão
Decide visitar Oyó
Para evitar o pior, consultou babalaô
Ignorando o perigo, viajou
Com tudo o que baba mandou
Laroyê, laroyê, laroyê
É mojubá, é mojubá, é mojubá
Fazendo travessuras pelo ebó a se cobrar
O dono dos caminhos galhofeiro a gargalhar
Avistando os portões do reino
Um belo cavalo encontrou
Foi preso, de ladrão foi acusado
Sete anos se passaram, em silêncio ele ficou
Xangô...sem entender tal punição
No oráculo buscou, o porquê da maldição
O justiceiro livra o rei aprisionado
Yabás em redenção banham o senhor de Ifón
E espalham águas pelo chão em remissão
Águas de mar, águas de fonte e águas de cachoeira
Em seu louvor, a procissão
Um ritual, consagração
Que abençoam o meu pavilhão
Sou imperatriz
Vou celebrar, oxalá, Obatalá
Água fresca ao senhor do Ifón
Omi tutu ao Olúfon
Xeu epa baba começa o xirê
Todos batem cabeça ao som do alabê
Acaçá e canjica, não levam dendê
No assentamento um Awo e uma adê