Tem sangue mouro correndo nas veias da vila vintém
Meu alcáçar, bênçãos de alá
Há no meu sertão a vermelhidão dessa poeira, poeira
Que traz lembrança dos arpejos de outrora
Mantilhas que encantam meu olhar
Gibão no cangaceiro a enfeitar
Arre! Oxente! Movimento repentista
Salve o dom armorial que vem da alma do artista
Arre! Oxente! Movimento repentista
Armorialma de artista
Pra alumiar a nossa fé
Ouça o clamor da multidão
Oh padim ciço, oh Maomé!
A romaria segue ao som do acordeom
Solo enluarado e musical
Cultura que emoldura meu poema
Conversa da viola com tabal
Esculpe um sorriso na morena
Tudo é migração e nós
Notas que o destino reuniu
Acordes de ocaz, as vozes de oros
Pulsam nas entranhas do Brasil
Andaluz a fulorar
Em vera cruz me fez assim
Mandacaru da favela
Lampião que se revela
Pra lutar até o fim
Nós somos herança, aconchego pro irmão
Do barro, um auto em baião
De um povo valente, audaz e revel
Unidos de Padre Miguel