Mãe África chorou
Ao ouvir o pavor do açoite nos seus herdeiros
Que sofrendo aprisionados
Invocaram a força do santo guerreiro
Agô ogum! Oh pai ouça a nossa voz
Liberte os seus filhos, tem piedade de nós
Do horror na calunga, negro chega ao Valongo
Num cenário desumano acorrentado aos seus pés
E foi socar o ouro verde, sem calar a sua sede
Valente insurgiu com o seu povo
E foram à luta ungidos de axé, com a garra e o furor
De uma grande mulher
Que salta os olhos na história
Com um brado de revolta lá no vale do café
Morrer, sim, se entregar não
Esse foi o grito pelo fim da escravidão
O quilombo sucumbiu
Mas nos deixou um legado de bravura
No fulgor de um encanto em Jacarepaguá
Numa linda união no clarão do luar
Que faz rugir o tambor da nossa herança
No afã da esperança de um Brasil plural
De verde e branco a mais justa homenagem
Aos heróis da liberdade no meu carnaval
Me curvo diante de tanta nobreza
Pra saudar nossos reis e com eles sambar
Jurando honrar a coroa
De Manoel Congo e Marianna Crioula