EEra Lua cheia de marfim
Meu amor sorria
De Matamba a Benin
O tambor se ouvia
Nosso povo atravessou o mar
E nos impuseram os grilhões
Resiste nossa aldeia
Nós e mais doze milhões
Labuta, mas sem direito a nada
No peito, a terra amada
Ê, saudade!
Por que me trancar num tumbeiro escuro
Se eu nasci maduro pra liberdade?
Águas passadas ainda vividas
Vidas escravas mantidas
Ferida aberta que não estanca
Coberta em tinta branca
É hora da nossa luta reviver
E a centelha da coragem acender
Por nós e por nossos direitos
A negritude não vai se calar
Do Vale do Café a Jacarepaguá
Sou União de Jacarepaguá!
Filho de pemba, tem axé, tem axé!
Minha Crioula, mulher de fé!
Rei Congo é a libertação!
Vem de Aruanda a nossa União!